Chibuto, Gaza — Um morador do bairro Malauene, em Chibuto, afirma estar há oito dias sem conseguir alimentar-se depois de descobrir que a sua companheira fugiu com mais de 14 mil meticais que o casal guardava para despesas do mês. O caso, embora improvável na dimensão emocional relatada, tem circulado entre vizinhos e líderes comunitários, que confirmam ter sido procurados pelo jovem em busca de apoio.
O jovem, apresentado apenas como Manuel Cossa, de 27 anos, contou que vinha poupando o valor ao longo de três meses, através de pequenos trabalhos de carpintaria na vila. Segundo relatou, o dinheiro estava guardado numa caixa improvisada no quarto, ao qual ambos tinham acesso.
> “Voltei do trabalho no sábado passado e a casa estava aberta. Ela não levou roupas, só o dinheiro. Desde então não consigo comer”, disse Manuel, visivelmente debilitado, enquanto aguardava atendimento no Centro de Saúde de Chibuto.
A companheira, identificada pelos vizinhos como Helena, teria deixado a residência no mesmo dia. Algumas testemunhas afirmam tê-la visto na zona de Lionde, mas nenhuma informação foi confirmada pelas autoridades locais.
O secretário do bairro, Tomás Mabote, afirmou que já tentou intermediar o caso, embora ressalte que o desaparecimento de dinheiro entre casais não se enquadra diretamente em conflitos de ordem comunitária.
> “A situação é delicada. Há um problema conjugal e também um problema de saúde do jovem, que precisa primeiro de acompanhamento. Já orientámos que ele receba apoio no centro de saúde e depois, se desejar, formalize queixa”, disse Mabote.
No Centro de Saúde de Chibuto, técnicos afirmaram que o estado do jovem preocupa, mas que o quadro está a ser estabilizado através de hidratação e acompanhamento psicológico inicial.
Enquanto isso, moradores do bairro iniciaram uma recolha informal de alimentos para ajudar Manuel enquanto o caso não se resolve. Alguns vizinhos referem que o clima na comunidade está marcado por curiosidade, mas também por preocupação.
Ainda não há informações sobre o paradeiro de Helena, nem sobre se pretende retornar ou dar explicações. O caso continua a ser acompanhado apenas a nível local.